quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Desencontros

Capítulo I


Da parte superior, Rosane observava o movimento de sua loja no centro da cidade, era manhã de sábado, e esse costumava ser um dia movimentado.
Vivian a olhava fingindo prestar atenção ao computador à sua frente. Não era raro ver a amiga triste, mas aquele dia ela estava excepcionalmente, cabisbaixa.
De repente, Rosane se vira, com uma expressão de pânico no rosto:
- Vivian, por favor, eu não estou pra ninguém, ouviu?
- Mas, Rosane, o que está acontecendo? – Vivian não conseguia entender o motivo de todo aquele desespero.
Mas, sem dizer nenhuma palavra, Rosane se trancou no escritório.
Vivian foi até a grade de proteção e olhou para baixo, tentando ver se descobria o motivo do desespero de Rosane, mas nada havia de anormal.
Seus olhos se prenderam em um homem que conversava com Kátia, a caixa da loja. Ele era muito alto, louro... corpo perfeito. Vivian ficou louca pra saber a cor dos olhos daquele “deus grego”.
Desceu a escada e foi ao lado da moça, fingindo ter algo pra falar com ela. Assim que ficou frente a frente com ele, emudeceu; ele tinha olhos verdes que brilhavam igual duas pedras preciosas.
Ela mal conseguiu ouvir, quando Kátia o apresentou:
- Vivian, esse é Alexsander de’la Roche, ele gostaria de ver Rosane.
-Rosane?- perguntou Vivian, sem ao menos olhar para a moça. – Não, no momento ela não pode atender ninguém.
- Há algum problema com ela?
Agora era ele quem falava, e Vivi teve a impressão de já ter ouvido aquela voz antes.
- Me parece que está com um pouco de dor de cabeça.
Vivi ficou abobada com o sorriso que ele deu.
-Será que ela continua usando o pretexto da dor de cabeça quando quer se livrar de algo que não a convém? Que bom ver que nem tudo mudou!
Alexsander continuava sorrindo, um sorriso ao mesmo tempo sensual e maroto.
- Por favor,... Vivian, não é? Você tem alguma influência sobre Roxie?
-Bem, eu sou secretária e uma das melhores amigas dela, mas não posso dizer que tenha alguma influência sobre ela, aliás, acho que ninguém tem.
- Isso é verdade, mesmo assim, eu lhe peço que tente convence-la a falar comigo. Eu vim de muito longe para vê-la e não suportaria voltar frustrado para trás.
- Eu posso tentar, mas não te prometo nada.
- Obrigado.
Ele parecia, agora, um tanto desolado e triste. Vivi prometeu a si mesma que Roxie atenderia aquele “deus grego”, nem que fosse para ela o empurrar porta adentro... e ser despedida depois.
Ao entrar no escritório, surpreendeu Roxie olhando, tristemente, para algo em seu dedo, quando a viu, a amiga guardou rapidamente na primeira gaveta da mesa.
-De quem era aquela aliança, Roxie?
- Aliança? Mas quem te disse que aquilo era uma aliança?
- Não insulte a minha inteligência, amiga. Eu vi muito bem que aquilo era uma aliança. Porque você nunca me falou sobre isso?
- Por que, infelizmente, não há nada pra se falar já a alguns anos.
- Alguns anos? O que você quer dizer com isso?
- Nada, esquece. Mas você deve ter algo muito importante para me dizer, para entrar assim tão apressada no meu escritório.
- Ah, sim. Tem alguém querendo falar com você.
- Eu não disse que não quero falar com ninguém, Vivi?
- Mas, Roxie, essa pessoa veio de muito longe pra falar com você.
-Essa pessoa, minha amiga, é exatamente quem eu não quero ver.
-Mas eu acho que você vai ser obrigada a me receber. –Rosane levantou a cabeça num estalo.
-Essa voz!... O q você faz aqui?
-Encostado, displicentemente, no batente da porta estava Alexsander olhando fixamente para ela.
- Você não tem o direito de invadir, assim, meu escritório! – explodiu Rosane.
-Eu não estou invadindo, pois ainda não entrei. Alexsander parecia se divertir com a explosão dela. – Posso entrar?
-Já entrou, não é mesmo?- Rosane estava pálida e trêmula.
Vivian olhava de um para o outro sem nada entender.
“Por que a amiga nunca falar naquele homem antes, porque tanta antipatia por ele, e aquela aliança? Eram tantas perguntas sem resposta, mas que tinha certeza q não seriam respondidas naquele momento.”
Por isso continuou calada, apenas observando.
Alexsander olhava pra Roxie como se quisesse que não existisse aquela mesa entre os dois, mas ela, por sua vez, parecia querer que ele estivesse a quilômetros de distância.
-Por favor, algum de vocês dois poderia me fazer o favor de falar alguma coisa?
-Vivi você poderia nos deixar a sós?
-Ah não! Roxie por favor?
-Vivi!
-Está bem! Está bem! Se precisar de alguma coisa eu vou estar logo ali... Atrás da porta.
-Eu tenho certeza disso, minha querida.
Vivian saiu e fechou a porta. O seu desejo era poder ouvir tudo através dela, mas sabia que seria impossível afinal Roxie mandou fazer sua sala de tal maneira que o som de fora não a atrapalhasse, mas, infelizmente, pra Vivi, ele também não saía.
Por isso mesmo ela resolveu voltar às suas tarefas mais urgentes.
Dentro do escritório o ambiente não era dos melhores. Foi Alexsander quem resolveu quebrar o gelo entre eles:
-Você está ainda mais lindo do que a última vez que a vi, entrando naquele carro e indo embora... me deixando pra trás.
- Te deixando pra trás? Como se você tivesse sentido muito a minha partida. Acho que você ficou foi muito aliviado, afinal eu não estava mais lá pra lhe atrapalhar, não é mesmo?
- Por que me atrapalhar? Do que você está falando? – Alexsander parecia, realmente, confuso.
Ela o olhou como se ele fosse o mais perfeito dos canalhas. Alexander ficou furioso com aquele olhar de acusação e perdeu a calma, esmurrando a mesa. Roxie nem ao menos piscou diante do ataque de fúria dele.
-Droga, Roxie. Passei oito anos de minha vida querendo saber o que tinha acontecido pra você me deixar daquela maneira. E agora você vem me dizer que foi pra não mais me atrapalhar?? Você acordou um dia e simplesmente resolveu me deixar?
- Não seja cínico “doutor” Alexsander de’la Roche.
-Nossa! Será que eu não mereço nem ao menos ser chamado apenas pelo primeiro nome por você, Roxie? Ou deveria dizer: Roxane Macffeler?
- Eu preferiria!
-Eu não passei anos de minha vida procurando por você pra agora ser obrigada a tratá-la formalmente. Durante oito anos meu único desejo era poder tocá-la novamente, e tenta me obrigar a tratá-la assim?

-Me tocar? Você não acha que é um pouco tarde demais? Você teve sua chance, durante seis anos eu pertenci a você, mas você não pensou um segundo sequer pra me trair.
-Será que depois de oito anos você não pode pensar direito e ver o quanto você foi injusta comigo? Eu nunca traí você!
-Injusta? Você vai querer me convencer que eu não vi o que vi, que tudo foi só um sonho?
-Não! Não foi um sonho, e sim uma armadilha.
-Armadilha? Faça-me o favor, não tente me fazer de boba.
Roxane levantou-se e abriu a porta:
-Por favor, retire-se do meu escritório, e espero não vê-lo aqui tão cedo e nem mesmo... tão tarde!
Vivi se virou no momento em que a porta se abriu, e viu Alexsander sair do escritório.
-Eu vou Roxane Macffeler, mas pode ter certeza que eu não vou desistir. Demorei oito longos anos pra achar você, não vou desistir agora. Até logo.
Alexsander se despediu de Vivian

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Chegada


Chegando, pra tentar aprender mexer nesse'bicho de sete cabeças"

Vamos ver no que vai dar né?